Terminal
Na estação espero sentada,
ao meu lado, uma senhora conta moedas em sua bolsa.
Um homem preocupado olha constantemente seu relógio
- conta até as horas que não tem.
No fim da plataforma, uma criança conta uma história
- incrível demais para ser verdade.
Ouvimos o agudo do metal no metal,
o mover do pistão, toneladas deslizando
sem parada final.
As portas se abrem mas ninguém se mexe,
Como capturados em carrara, fazemo-nos estátuas.
O vagão vazio nos encara.
Um por um, somos obrigados a embarcar,
Não sobrando nada nem ninguém para contar.
Escrito em 14 de Março de 2017
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